por RG, em 30.10.05
Tenho em mente um negócio altamente rentável. Cadeiras de rodas todo-o-terreno.
Já estou mesmo a ver. Um motor super potente montado na parte de trás, pneus de tracção 4x4, direcção assistida e sistema de ABS. Tudo isto, elementos necessários para uma fácil adaptação aos variados terrenos, que possam surgir pela frente.
É óbvio que os custos de fábrica para este projecto, serão inicialmente elevados para a minha bolsa. Mas acredito que a procura por estes veículos, acabará por compensar, sendo certo que os lucros tornar-se-ão bem proveitosos.
E como é que surgiu tão brilhante ideia? Bom, aqui há dias, no autocarro, entrou um passageiro de cadeira de rodas. Constatei nesse momento, que de facto, não me lembrava de alguma vez ter presenciado tal cena.
O senhor ia acompanhado, claro. Pois bem vistas as coisas, haverá algum transporte público, onde as pessoas que se encontrem presas a uma destas cadeiras, consigam entrar sozinhas? Autocarros, comboios, metro ou até mesmo táxis, são praticamente inacessíveis. Aliás, se muitas vezes, as pessoas normais já têm dificuldades em aceder aos transportes, quanto mais aquelas que possuem problemas físicos. Depois desse primeiro obstáculo, referente à entrada, surgiu logo outro. A nossa rede de transportes não está, em definitivo, preparada para cadeiras de rodas. Existem aqueles lugares reservados, mas não são pensados para estas situações.
Resultado. O senhor teve que ir para aquela zona junto da porta da saída, encostado ao lado oposto da porta, onde tinha um pouco mais espaço para estacionar. O acompanhante sentou-se atrás dele, e eu por acaso fiquei sentado perto da referida porta de saída.
Foi com curiosidade que segui atentamente a viagem do senhor, que apesar de curta, 3 ou 4 paragens, não deixou de ser atribulada. E isto porquê? Porque na primeira curva mais acentuada, que o motorista teve de contornar, o senhor que ia descansado até então, viu a sua cadeira baldar-se completamente para o lado. E se não fosse a minha pronta reacção, em dar uma mãozinha e segurar a cadeira, o espetanço no chão tinha sido inevitável. Felizmente que foi só o susto, e o senhor após ter passado uma descompostura ao acompanhante por não estar atento, lá se recompôs, tendo prontamente agradecido a minha prestável intervenção.
Quando chegou à sua paragem, teve de sair pela porta da frente, porque ao pé da porta de saída, estava uma espécie de corrimão colocado na vertical, que impossibilitava a passagem da cadeira.
É de salientar, que não ouvi nenhum comentário negativo por parte do senhor, a toda esta situação. Talvez por já estar conformado com tais contrariedades.
Ora, no resto da minha viagem fiquei a pensar. E se o autocarro estivesse cheio? Como é que ele passava naquele corredor minúsculo? E como é possível não haver um lugar adequado a estes casos, devidamente preparado para as pessoas se poderem agarrar? E porque é que não foi pensado a entrada e saída das mesmas? E quanto é que será que custam, uns pneus todo-o-terreno, para uma cadeira destas? Questões pertinentes.
Conclusão, apesar de devidamente disfarçada, a vida continua a ser uma selva. Feita a pensar nos mais fortes e aptos, sem se importar muito com aqueles que têm mais dificuldades.
Resta o consolo de ter prestado uma boa acção nesse dia, compensada com uma ideia bem lucrativa.
RG
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por RG, em 17.10.05
De Acção Os diálogos;
De Terror Os efeitos sonoros;
De Comédia Os cenários;
De Ficção A maquilhagem;
De Thriller O guarda-roupa;
De HardCore As
montagens.
RG
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por RG, em 13.10.05
Provérbios para gente culta:
Expõe-me com quem deambulas e a tua idiossincrasia augurarei.
(Diz-me com quem andas e te direi quem és)
Espécime avícola na cavidade metacárpica, supera os congéneres revolteando em duplicado.
(Mais vale um pássaro na mão, que dois a voar)
Ausência de percepção ocular, insensibiliza o órgão cardial.
(Olhos que não vêem, coração que não sente)
Equino objecto de dádiva, não é passível de auscultação odontológica.
(A cavalo dado não se olham os dentes)
O globo ocular do perfeito torna obesos os bovinos.
(O olho do amo engorda o gado)
Idêntico ascendente, idêntico descendente
(Tal pai, tal filho)
Descendente de espécime piscícola sabe movimentar-se em líquido inorgânico.
(Filho de peixe sabe nadar)Autor Desconhecido
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por RG, em 11.10.05
O Google Earth (GE), é um daqueles programas que dão que pensar.
Após fazer-se o download da respectiva aplicação, ficamos com o Mundo à nossa disposição. Isto é, graças a imagens captadas por satélite, podemos fazer uma volta completa ao nosso planeta, em 80 segundos.
Num piscar de olhos, podemos visitar locais históricos, monumentos, prédios conhecidos, parques famosos, da América à Ásia. Mais, podemos inclusive ver se a nossa casa está no mesmo sítio, onde a deixámos hoje de manhã. É verdade que nem todas as zonas do Globo Terrestre estão visíveis. Mas com o GE, temos uma espécie de mapa 3D, onde facilmente podemos reconhecer as ruas da terra onde vivemos, como temos igualmente hipótese de explorar novos locais, numa espécie de turismo, em que nem sequer precisamos de tirar o nosso “backside” da cadeira.
Mas se o GE proporciona momentos de grande gozo, também trás à baila a polémica do Big Brother (não confundir com o hambúrguer Big Mac, ou programas de televisão).
É que com este programa, só falta mesmo conseguir espreitar para dentro dos edifícios. Não deixa de ser um pouco assustador, o facto de haver alguém a poder controlar aquilo que fazemos ou deixamos de fazer.
A tecnologia avança a um ritmo alucinante. Desculpas para serem instaladas câmaras, não faltam (segurança, controlo de tráfego, etc). E a tentação de violação de privacidade do vizinho do lado, existe, e não é de hoje.
De qualquer forma, teorias da conspiração à parte, não deixem de se divertirem, ou até retirem informações úteis, deste sistema de entretenimento.
RG
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